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1. A HISTÓRIA DO MAGNETISMO

Conforme a história da ciência, tudo indica que foram os gregos que tentaram dar explicação para o magnetismo, em particular um deles chamado de Tales de Mileto.

TALES COM LEGENDA

Nascido por volta de 623 a.C em uma colônia grega chamada de Mileto, localizado na Ásia Menor, atualmente Turquia. Tales foi um grande filósofo e também um dos setes sábios da Grécia antiga (Pítaco de Mitilene, Periandro de Corinto, Tales de Mileto, Sólon de Atenas, Quílon de Esparta, Cleóbulo de Lindos e Bias de Priene).

Foi ele que observou sobre o fenômeno magnético que certas pedras encontradas na cidade denominada magnésia apresentavam a propriedade de atrair pedaços de ferro e elas foram denominadas de magnetita. 

Um pastor de ovelhas chamado de Magnes (ou Magnus) ficou assustado ao andar sobre o pastoreio, observou que a ponta de seu cajado que era de ferro e os pregos de suas sandálias eram atraídos por certas pedras ao longo do caminho na província Tessália (depois chamado de magnésia, local onde foi encontrado as pedras que Tales havia observado). Logo, o termo magnetismo derivou do nome de Magnes (ou Magnus).

Os gregos observaram essa propriedade da magnetita, da atração, e buscaram sua compreensão. No entanto, acredita-se que foram os chineses e os olmecas (antigo povo da América central, atualmente região do centro-sul do México) que além de terem suas explicações para o fenômeno, perceberam uma utilidade para pedra-ímã, a propriedade direcional, ou seja, sua capacidade de orientação norte-sul do Planeta Terra.

A bússola chinesa era na verdade um utensílio de adivinhação, comum na china da época essa prática, usavam um tabuleiro “mágico’’ dividido em algumas partes, a parte quadrada representava a Terra, uma parte circular era o céu. No livro de Daniel Acosta Avalos, com o título: detecção de campos magnéticos por seres vivos, descreve a bússola chinesa;

Registros escritos mostram que a bússola chinesa, Si Nan fora construída entre 300 e 200 a.C. e usada no alinhamento de construções para que estivessem “magicamente” em harmonia com as forças naturais da Terra. Os chineses desenharam sua bússola com forma de concha correspondendo a constelação Ursa major. E projetaram esta colher de forma tal que o cabo sempre apontasse no sentido do Sul e as bordas externas da concha no sentido Norte”.

Há grandes relatos que em 1000 a.C, o povo Olmeca, já conhecia a propriedade diretiva da pedra-ímã e as utilizava. Foi  descoberto também, uma pedra magnética com modelo de uma cabeça de tartaruga, sendo que um dos polos magnéticos se encontrava no focinho da tartaruga

Outro indício e que por volta de 1400 e 1000 a.C. uma barra de hematita magnética com um sulco central e bem polida foi encontrada por arqueólogos. E esse bloco se orienta como uma agulha de bússola. Mas é incerto que os Olmecas usaram materiais magnéticos como bússolas, mas se for verdade, eles se tornam o primeiro povo a construir uma bússola, há 1000 anos antes dos chineses.

Não se sabe bem se foram os árabes ou europeus, que voltando da China para Turquia, levaram a bússola paras regiões do mediterrâneo, e foram utilizados como bússolas pelos marinheiros da metade do séc. XII.

Alexander Neckam (1157-1217) mencionou sobre a bússola em 1187 d.C. em seu livro, De naturis rerum.

“Os marinheiros, ademais, ao singrar os mares, quando em tempo nublado já não se podem valer da luz do sol, ou quando o mundo está envolto na escuridão das sombras da noite, e eles ignoraram para que ponto da bússola o curso da nau está dirigido, tocam o magneto com uma agulha. Esta gira então à sua volta num círculo até que, quando seu movimento cessa, sua ponta mira diretamente para o norte”.

Texto tirado do livro Bússola; A invenção que mudou o mundo, de AMIR D.ACZEL.

Já um francês, em 1269, chamado de Pierre de Maricourt (conhecido como Petrus Peregrinus) foi o primeiro a estudar as propriedades do imã, ele descreveu a localização dos polos dos ímãs e identificou a atração de polos opostos e repulsão de polos iguais. Descobriu que os polos magnéticos nunca são achados isolados e sempre ocorrem em pares de sinais opostos (assuntos que estudaremos mais adiante).

Por volta de 1400 a bússola era usada na navegação em navios espanhóis e portugueses. Conforme o explorador espanhol, Cristóvão Colombo que descreve durante a expedição as Américas a observação de um desalinhamento crescente entre a direção norte da bússola e a estrela Poláris (estrela do Norte). Era comum os navegantes se guiarem pelas estrelas e outros astros celestes, como as informações direcionais da bússola e da estrela Poláris não coincidiam, ele teve de escolher uma delas. Não se sabe bem o porquê, mas ele utilizou a bússola para poder seguir em frente na sua viagem. (na verdade, essa é a primeira descrição do fenômeno da declinação magnética que falaremos adiante).

Contudo foi devido ao uso da bússola e as propriedades dos ímãs que mostraram evidências de que a Terra gerava algum campo magnético que interagia com a bússola.

No entanto, somente em 1600 William Gilbert revelou a natureza do campo magnético na superfície da Terra, em seu famoso livro De Magnete. Nele, William explicou que os ímãs apresentavam um efeito magnético em seus redores, e mais ainda, que os raios dessa “virtude” magnética partiam dos centros dos corpos para todas as direções, agindo sobre corpos vizinhos, os atraindo. Logo, ele é considerado percursor do conceito de “campo” magnético.